17 fev Violência doméstica e o mercado de trabalho
O Brasil, de acordo com o Mapa da Violência de 2015, é o quinto país no ranking de violências contra a mulher. A cada 11 minutos uma mulher é estuprada, a cada 1 hora e meia uma mulher é assassinada vítima de feminicídio. Uma mulher em cada três mulheres já foi vítima de algum tipo de violência. A cada 2 minutos, 5 mulheres são espancadas.
As estatísticas são aterrorizantes, e ainda é muito difícil conseguir dados precisos sobre o número de vítimas de violência doméstica, pois os casos são subnotificados. Muitas mulheres se vêm presas ao relacionamento com o agressor, pois a relação de dependência financeira é muito forte. Ganhando menos e estando mais sujeitas a precarização e demissões, acabam sujeitas a violência do parceiro para não ficarem desamparadas financeiramente.
Mas qual o impacto da violência doméstica no ambiente corporativo? Em briga de marido e mulher, a empresa deve meter a colher?
A violência doméstica tem um impacto muito grande no mercado de trabalho e a falta de trabalho também impacta na violência. A pesquisa da Universidade Federal do Ceará em parceria com o Instituto Maria da Penha indica que uma mulher que está passando por esse tipo de situação chega a faltar, em média, 18 dias de trabalho em um ano. As empresas, em vez de estudarem o que está acontecendo e porque a colaboradora está se comportando dessa forma, veem que é muito mais fácil entender que ela está desmotivada, produzindo menos, desligada ou se desligando da empresa. E isso acontece em, mais ou menos, 50% dos casos. O grande desafio é entender o momento que cada colaborador está passando.
Vejamos mais alguns impactos da violência doméstica no mercado de trabalho:
Enquanto entre as mulheres que não sofreram violência doméstica 43% estão satisfeitas com o emprego atual, entre as vítimas de violência doméstica esse número cai para 33%.
23% das mulheres vítimas de violência doméstica afirmam já terem recusado ou desistido de alguma oportunidade de emprego porque o parceiro era contra.
Enquanto média de permanência no trabalho entre as mulheres que não foram vítimas de violência é de 74 meses, as vítimas de violência ficam cerca de 58 meses no mesmo emprego.
Em relação aos salários também é possível notar que as mulheres que sofreram violência ganham cerca de 10% menos que as que não sofreram. Isso num país onde as mulheres já ganham em média 17% a menos que os homens e, no caso das mulheres negras o abismo salarial em comparação aos homens brancos chega a 60%.
Seja o agente de transformação na sua empresa. É uma grande missão e um grande desafio levantar a bandeira dessa causa, mas extremamente necessário. Quando a gente fala na violência doméstica, ela é muito mais comum do que a gente imagina. Homens e mulheres estão nesse contexto de violência e muitas vezes nem sabem, porque nem a escola, nem a família nos ensina quais são os tipos de violência: psicológica, moral, patrimonial, sexual e, por fim, a física. A empresa tem um papel essencial nessa conscientização, disseminando o conhecimento sobre essas práticas e divulgando o contato de centrais de atendimento.
A Asterisco Educação gostaria de ser sua parceira nessa missão tão importante. Com o curso Violência Doméstica, você terá o que é necessário para levar a mudança para sua organização. Juntos, podemos formar novos agentes de transformação para que o combate à violência doméstica ganhe força e possamos mudar essa realidade.