Gamificação na aprendizagem: criando experiências memoráveis e engajadoras

Gamificação na aprendizagem: criando experiências memoráveis e engajadoras

A popularidade dos smartphones fez com que os games alcançassem pessoas de todas as idades, gêneros e lugares. Nesse contexto, a gamificação surge como uma forma de se conectar e comunicar com um crescente número de jogadores, a fim de promover o engajamento e uma experiência mais prazerosa.

Mas você sabe o que significa esse conceito? Gamificação não é o mesmo que usar jogos comerciais ou educativos como estratégia de ensino. Em vez disso, é o processo de arquitetar uma ação educacional (treinamento, aula, curso, avaliação, etc.) utilizando princípios encontrados em jogos, sejam de tabuleiro, de cartas ou de videogame.

Toda ação educacional possui um objetivo: uma competência que o aluno deverá desenvolver ao final do processo. Ora, por que não organizar o desenvolvimento dessa competência dentro de um sistema de regras com as quais o seu aluno já teve contato?

Assim como é grande a variedade de jogos, as estratégias de gamificação também são variadas. Se a sua missão é desenvolver um treinamento gamificado, você pode adotar os seguintes componentes como ponto de partida:

Narrativa

O uso de narrativas é bastante difundido em jogos digitais e jogos analógicos (como RPGs). Elas trazem um senso de propósito, o que é fundamental para envolver e motivar os alunos. Neste cenário, é válido utilizar personagens para orientá-los, bem como analogias que estabeleçam pontes com o mundo real.

Léxico

O uso da gamificação pressupõe algumas adaptações no vocabulário. Termos como “aluno”, “nota” e “aulas” podem ser substituídos por “jogador”, “pontos” e “fases” ou similares. O léxico está bastante relacionado com a narrativa que se pretende desenvolver, sendo fundamental manter uma coesão entre esses dois aspectos.

Feedbacks rápidos e constantes

Em jogos eletrônicos, os jogadores observam imediatamente o resultado das suas ações. A inclusão de feedbacks é uma forma de atualizar o aluno acerca do que está se passando na narrativa e fazê-lo refletir sobre suas escolhas.

Fragmentação do conteúdo

Dividir a ação educacional em objetivos e missões é uma forma de ditar o ritmo da aprendizagem, ao mesmo tempo em que se abre espaço para a inclusão de feedbacks e pontuações. Avançando de missão em missão, o aluno tem um senso de progresso mais concreto e pode avaliar o resultado das suas ações.

Controle da dificuldade e desafios bônus

A dificuldade do conteúdo é outro fator que controla o ritmo da aprendizagem. Ela pode ser usada em conjunto com a narrativa para reforçar a importância de certos temas. Se possível, reserve os conteúdos mais difíceis para o clímax ou para os momentos de maior tensão da história. Também é válido deixar um conteúdo extra – um desafio bônus – para aqueles que desejam se aprofundar no tema.

Pontos, conquistas e recompensas

São recursos que marcam a evolução dos alunos e os incentivam a continuar tomando decisões corretas. Um sistema de pontuação tem grande importância em treinamentos que adotam um modelo de competição entre os alunos; em treinamentos convencionais, é um substituto para as notas. Conquistas e recompensas indicam de forma qualitativa o progresso alcançado pelos alunos.

Essa lista está longe de esgotar todos os componentes de um treinamento gamificado. Mas tenho certeza que esse conhecimento irá ajudar você na construção das suas próximas ações educacionais. Tente também resgatar experiências anteriores: quais delas poderiam ter sido gamificadas? Quais estratégias seriam adequadas?

A gamificação tem um grande potencial para engajar uma geração já acostumada com a linguagem dos jogos. Use esse conhecimento a seu favor e explore os limites da criatividade!